15.2.10

Carrie, A Estranha - Resenha


[Risco de Spoilers]

Terminado o primeiro livro da carreira de Stephen King, venho aqui para fazer uma breve resenha dele.
Carrie, A Estranha (Carrie) foi publicado em 1974, sendo o primeiro livro publicado (não o primeiro a ser escrito) de SK e que lançou o mestre em sua carreira como escritor, resultando em um filme em 1976, uma continuação independente em 1999, um musical em 1988 e um filme para televisão em 2002. A história por trás de sua publicação já foi explicada aqui anteriormente.
Carrietta White é uma menina diferente das outras, seja socialmente ou biologicamente. Socialmente a vida de Carrie é extremamente conturbada. Desde criança ela foi criada pela mãe, uma mulher fervorosamente religiosa e muito fanática, disposta a tudo para agradar ao Senhor. Carrie foi criada nesse meio, sendo obrigada a pagar por seus "pecados" desde pequena. Biologicamente, Carrie manifesta alguns dons que poucas pessoas no mundo conseguem: a telecinese. Com sua mente, Carrie pode mover objetos e pessoas. É importante ressaltar a diferença entre telecinesia, que é a capacidade de mover objetos mentalmente, e telepatia, que é a capacidade de ler mentes. Carrie é telecinética.
Na escola, Carrie não possui amigos e é o foco das brincadeiras e zoações, devido ao seu comportamente, suas roupas e sua falta de amigos. É em uma dessas zoações que o dom da telecinesia fica claro para Carrie e, aos poucos, ela começa a se soltar das rédeas da mãe fanática.
Essa libertação e uma brincadeira de muito mau gosto levam Carrie ao extremo e uma cidade inteira sucumbe em chamas.
O livro segue um estilo muito interessante, diferente de tudo que SK já fez. Durante o livro há trechos de outros livros, jornais, revistas e depoimentos (tudo fictício, obviamente) explicando sobre o dom da telecinese e sobre a tragédia que ocorre em Chamberlain, cidade de Carrie. Um fato interessante de se notar é que em Celular (Cell) e Under the Dome (dentre muitos outros) [Atenção, spoilers de Celular e Under the Dome], King não explica o motivo dos celulares causarem mal ou da redoma estar em volta da cidade. Porém, em Carrie, a explicação sobre o dom da telecinesia é minuciosamente profunda, inclusive contando com os trechos de livros e depoimentos citados anteriormente.
Ao ler o livro, percebemos que King nasceu para escrever. Ele pode ter melhorado com o tempo, mas ele já começou bem e o final, se não incrível, é muito bom. Há gente que prefere dizer que King escreve suspense e outros dizem que ele escreve terror. De fato, King já andou por ambos os caminhos, inclusive misturando-os e Carrie pode ser considerado um terror com drama muito bem feito, ainda que um livro muito curto para os padrões de King.
O prefácio do livro conta a origem de King, resumida aqui.


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