10.12.10

Resumo mais completo da apresentação de King


O blog americano Talk Stephen King colocou praticamente tudo o que ocorreu na apresentação ao vivo que Stephen King fez para seu público na internet, no último dia 8. O leitor Jhonatan Mervan (muito obrigado!) traduziu para nós.

Colchetes são comentários meus. Em paretênses são comentários do autor original, assim como os comentários fora das aspas. Com aspas são as frases de King.

Vale lembrar também que há alguns spoilers do novo livro de King: Full Dark, No Stars










Segue abaixo:



Sobre “1984” [Livro de George Orwell]:

"Eu acho que lê-lo deve ser uma experiência ardente."

A respeito de “Big Driver”, ele pega estradas alternativas?

“Não! Esta é minha esposa.” (Referência ao conto “O Atalho da Sra. Todd”, de “Tripulação de Esqueletos”) “é a minha esposa que sempre está procurando por um modo de cortar alguns minutos indo do ponto A ao B.” (Ele disse que geralmente acaba demorando muito mais).

“Fair Extension” : Por que Streeter não sente-se culpado?

“Em minha mente, várias vezes nós possuímos uma profunda inveja que nós nunca conseguimos expressar realmente em nossa vida diária. Possuímos amigos que têm dentro de si atuais abrigos de ciúmes.” “Comecei a me perguntar como seria se o demônio realmente fosse um comerciante justo.”

Qual história é a sua favorita?

“Elas são todas minhas crianças. Há coisas à respeito de todas elas que eu gosto. É como quando alguém pergunta: qual dos seus filhos você ama mais?”

Qual foi a inspiração para o título?

“Nós tínhamos o livro. Nós tínhamos quatro histórias. Pelo menos dois outros livros como esse possuem histórias longas: Quatro Estações e Depois da Meia Noite. Elas são histórias órfãs. As histórias em Full Dark No Stars, não há revista que publique histórias deste tamanho. 75 mil palavras é o máximo. Elas são curtas demais para serem novelas. As quatro histórias juntas precisavam de um título. Eles me pediram um.” … “Eu queria ter algum tipo de tema que combinasse com a idéia de algo para ser lido após o anoitecer.”

Em “1922”, ratos fazem um papel importante. Por que ratos?

“Porque ratos são nojentos. Ratos são assustadores. Eu escrevo sobre as coisas que mais assustam. Quando as pessoas me perguntam o que te assusta, elas esperam alguma grande resposta como morte, ou a ausência da vida após a morte (ou que há uma vida após a morte). O que me assusta é o que assusta a maioria das pessoas. Acordar e encontrar sua cama cheia de aranhas.”

Como ele pôde, tão habilidosamente, entender as personagens femininas?

“Eu cresci com a minha mãe. Me casei com uma mulher que tem cinco irmãs. Todas elas possuem personalidades fortes. Eu recebo ajuda que move minha vida no escritório. Realmente, eu acho que para um escritor, o ato da imaginação tem que encarar inúmeras coisas. Uma é a habilidade de colocar um vestido se você é um homem, ou colocar calças se você é uma mulher. Eu li algo no meu primeiro ano do colégio, Amor e Morte na novela americana. Dizia que os escritores americanos não entendem as mulheres. Escritores de Hemingway à Falknos não lidam bem com mulheres. Mulheres são tanto zeros quanto destruidoras. Penso comigo que se eu ganho minha vida fazendo isso, eu farei melhor naquilo. Eu tenho personagens que são bastante sombrias como mulheres (Annie Wilkes). Eu tento ultrapassar a fronteira para tratar completamente das mulheres, com a maior textura que me for possível.”

Há algum significado na foto da capa?

“Nós tínhamos que ter uma capa. Eles me perguntaram se eu tinha alguma ideia? Algumas das histórias são bastante obscuras e pelo menos duas lidam com mulheres em circunstâncias terríveis. A imagem que veio à minha mente foi a de uma mulher com sua cabeça abaixada, segurando sua cabeça. O que eu vi não é exatamente a capa. Ela não parece com nenhuma das outras capas.” Ele disse que a pose que ele queria, o diretor de arte disse que parecia com uma dor-de-cabeça após tomar um Excedrin.

Quem são os autores preferidos da sua infância?

“Eu acho que as boas histórias possuem uma tendência em continuar à nossa volta.”
[Aqui o autor original não conseguiu acompanhar]

Algum outro lapso de criatividade que não seja escrever?

“Eu toco guitarra. Eu tenho dois carros rápidos. Uma Harley Davidson. Eu gosto dela. Eu sofri um acidente alguns anos atrás. Eu estava apenas andando, se eu estivesse na motocicleta, eu estaria bem! Levei uma motocicleta para Austrália alguns anos atrás.”

Você planeja conectar os seus livros?
“Do modo como eu enxergo isso, a maioria desses livros, eu penso neles como pessoas que existem em um certo universo. Eu coloquei isso em funcionamento na Torre Negra, onde eles estão conectados. Eu gosto da idéia dos personagens voltando. Eu gosto da idéia de que existe um mundo aí fora onde o Danny Torrance e a Charlie McGee possam se casar. Eles teriam filhos totalmente maravilhosos. Eu gosto da idéia de voltar e visitar novamente essas pessoas. Eu acho que eles estão conectados!”
Qual dos seus livros foi o mais divertido de escrever?

“Eu diria que foi Christine! O carro que anda por conta própria. Foi como um grito quando eu tive a idéia. Eu tinha um carro velho. Eu pensei, não seria legal se o odômetro corresse para trás e, conforme isso acontecesse, o carro se concertasse sozinho? Sabe de uma coisa, eu gosto da maioria deles. Na maior parte das vezes passo bons momentos. É incrível que eu seja pago para fazer isso, pois eu adoro muito isso.”

Que história você adaptaria?

“Eu escrevi um roteiro para A Good Marriage.”

O que continua te emocionando quando você lê um livro? Você os analisa como na escola?

“A maioria apenas aproveita a história. Eu vi algo, noite passada mesmo, do rapaz que escreveu o Hero’s Journey. Ele disse que quando você se senta em um lugar e a leitura é boa, você fica em um estado de êxtase. Eu acho que há verdade nisso.”

Você sente que os contos estão se tornando uma arte perdida?

“Em certo grau. Eles são mais difíceis de serem vendidos. Há uma visão por parte de vários autores que a nova é o Santo Graal. Eu entendo a parte dos leitores, pois contos podem ser difíceis. Logo que você fica envolvido, você quer ficar envolvido por um longo tempo. Se eu estivesse ensinando eu diria que um livro insensível de contos ficaria melhor calado.”

É verdade que você escreve 8 horas por dia?

“Eu atiraria em mim mesmo. Eu escrevo durante cerca de três horas por dia.”

Como as músicas de Rock influenciaram na sua escrita?

“Eu escuto muito metal, thrash. Eu gosto de tudo! Disco também é bom para mim. Eu posso escutar o som das pessoas atirando em suas próprias cabeças quando eu escuto aquilo.” Ele disse que gosta da batida que acompanha as músicas de rock.

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